Dana White afirma que Ngannou o agrediu fisicamente: “Ele é um cara mau”

0
dana

 

 

As trocas de acusações entre Dana White, presidente do UFC, e o lutador Francis Ngannou, ex-campeão peso-pesado da organização, ganharam um novo capítulo nesta semana. Em participação no podcast “Flagrant”, o dirigente contou histórias inéditas de bastidores em relação ao lutador, atualmente na PFL. Segundo Dana, a imagem pública de Ngannou não condiz com o que se vê dele nos bastidores.

Segundo Dana, Ngannou o agarrou pela camisa em certa oportunidade no Instituto de Performance do UFC, casa da organização em Las Vegas. O lutador teria ficado inconformado por não ter recebido um bônus após uma de suas vitórias. O dirigente não sei qual a luta, especificamente, mas é possível deduzir que foi após vencer Cain Velasquez, em fevereiro de 2019 – esta foi uma das duas únicas vitórias pelas quais Ngannou não recebeu bônus após a derrota para Miocic – a outra foi sua última luta no UFC.

– Então, quando você é um atleta contratado pelo UFC, você tem acesso total ao Instituto de Performance, pode comer lá de graça, tudo é de graça. Esse cara estava morando lá. Ele tinha acabado de lutar e veio até meu escritório, estava no corredor, dando uma volta, e eu disse: ‘Entre, o que está acontecendo?’.

– Ele estava puto porque não recebeu 50 mil dólares na última luta, porque não ganhou o bônus da noite. Eu disse: ‘Francis, você não ganhou por isso, por aquilo’, e ele entrou no meu escritório e começou a discutir comigo. Eu falei: ‘Esse cara ganhou isso, esse cara ganhou aquilo, e é por isso’. A conversa acabou, eu estava saindo quando ele me agarrou pela camisa e me empurrou de volta para o meu escritório. Eu disse: ‘Cara, tira essas suas mãos de mim’. Eu conseguia ver na cara dele, nos olhos e no jeito que ele estava agindo, quem esse cara realmente era.

Francis Ngannou nocauteou Cain Velásquez no UFC Phoenix, em 2019 — Foto: Getty Images

Francis Ngannou nocauteou Cain Velásquez no UFC Phoenix, em 2019 — Foto: Getty Images

Dana contou ainda que Ngannou teve encontro semelhante com Hunter Campbell, diretor comercial do UFC e responsável por muitas negociações contratuais com os atletas.

– Eles estavam conversando sobre alguma coisa, talvez até sobre aquela mesma coisa (sobre o bônus). E quando Hunter começou a se afastar, Francis o agarrou pela gola da camisa, puxou-o de volta e disse: ‘Ainda não terminamos de conversar’. Esse cara não é uma boa pessoa. Ele é um cara mau.

Os problemas entre Dana e Ngannou contam com outra passagem, desta vez às vésperas da primeira oportunidade do camaronês de lutar pelo título, em 2018. Ele enfrentaria o campeão Stipe Miocic e, segundo o dirigente, já contava com a vitória, e que o fez cobrar de Dana um tratamento especial.

– Então ele lutaria contra o Stipe Miocic em Boston, e ele tinha certeza de que acabaria com o Stipe. Então, depois da coletiva de imprensa, estávamos caminhando por um corredor e ele veio até mim, me agarrou e disse: ‘Deixa te contar o que vai acontecer’ – o inglês dele é ótimo, sem nenhuma barreira linguística – ‘quando essa luta acabar, você vai reservar um jato particular para mim até Paris’. Eu ri e disse: ‘Ah, é mesmo’. Ele disse: ‘Não estou brincando, você vai reservar um jato particular para mim até Paris’. Eu disse: ‘OK’. Cada um segue seu caminho. Stipe Miocic dá uma surra nele, uma surra mesmo. Isso encerrou a conversa. Eu devia ter cortado ele naquele dia.

Dana afirmou que após a derrota de Ngannou para Miocic, quis liberá-lo do contrato, mas foi convencido por dois matchmakers a deixá-lo. A relação deles terminou após o camaronês derrotar Ciryl Gane em sua defesa de título, em janeiro de 2022, durante as negociações de renovação de contrato.

Na época, Ngannou pressionava para ter a oportunidade de lutar boxe ao mesmo tempo em que estava no UFC, além de outras exigências. Como não houve acordo, Ngannou ficou livre no mercado e assinou com a PFL. Dana diz ter certeza de que a PFL está arrependida de ter assinado com o lutador de 39 anos.

– Francis Ngannou é um cara mau. Ele não é um cara bom. Ele fica se fazendo de ‘não entendo o idioma’ e tenta parecer um cara legal. As pessoas pensam ‘ah, provavelmente é a barreira do idioma’. Não existe barreira de idioma nenhuma com esse cara. Ele é um cara mau. Agora ele está fora (do UFC), fechou um acordo com a PFL e a Arábia Saudita e agora está pedindo para lutar, dizendo: ‘Eu e Jon Jones precisamos lutar’. Tenho certeza de que eles se arrependem de tê-lo contratado. Não preciso ouvir uma palavra sequer daqueles caras de lá para saber, porque eu sei. Já lidei com ele e sei quem ele realmente é.

 

Por Combate.com — Rio de Janeiro

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *