Ahmed Mohamad Oliveira: quem é ex-ministro de Bolsonaro apontado como ‘pilar institucional’ da fraude no INSS

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As investigações da Polícia Federal apontam o ex-ministro da Previdência Ahmed Mohamad Oliveira, como um dos principais pilares institucionais do esquema de descontos irregulares em aposentadorias e pensões do INSS ligados à Conafer.

Anteriormente conhecido como José Carlos Oliveira, ele mudou de nome depois de se converter ao islamismo, logo após deixar o governo Bolsonaro.

Oliveira comandou a pasta da Previdência durante o governo Jair Bolsonaro (PL) e, segundo a PF, teria autorizado repasses ilegais e recebido vantagens indevidas enquanto ocupava cargos estratégicos no órgão.

De acordo com os investigadores, Ahmed atuou tanto como diretor de Benefícios do INSS quanto como ministro para liberar valores sem comprovação das filiações exigidas pelo Acordo de Cooperação Técnica.

Entre essas liberações, está o repasse de R$ 15,3 milhões à Conafer, que teria permitido a retomada e ampliação da fraude, alcançando mais de 650 mil benefícios previdenciários.

Uma planilha apreendida, datada de fevereiro de 2023, registra o pagamento de R$ 100 mil ao contato identificado como “São Paulo Yasser”. Para a PF, os termos eram utilizados como apelidos para se referir a Oliveira. Os investigadores também encontraram mensagens de agradecimento enviadas a Cícero Marcelonoi após o recebimento de valores.

A atuação de Ahmed se soma às suspeitas contra outros integrantes da cúpula do INSS. Segundo a PF, o ex-presidente do instituto Alessandro Stefanutto recebia até R$ 250 mil por mês em propinas pagas pela organização criminosa. Ele foi preso nesta quinta-feira (13) durante a operação que apura os desvios.

Mensagens interceptadas, ordens de repasse sem comprovação e documentos apreendidos reforçam, segundo os investigadores, a existência de pagamentos sistemáticos. A propina teria sido distribuída por meio de empresas de fachada, intermediários financeiros e até uma pizzaria. A estimativa da PF é que mais de R$ 640 milhões tenham sido desviados somente via Conafer entre 2017 e 2023 — sem contar outras entidades também investigadas.

O esquema completo, que segundo a PF operou entre 2019 e 2024, pode ter desviado até R$ 6,3 bilhões. As fraudes envolviam falsificação de fichas de filiação, inclusão de dados fraudulentos em sistemas do INSS e uso indevido de assinaturas de aposentados.

Em muitos casos, idosos acreditavam estar rescindindo convênios, mas tinham seus dados usados para autorizar novos descontos.

Quem foi preso na operação

 

Além de Stefanutto, foram detidos nesta quinta (13):

  • Antônio Carlos Antunes Camilo, o “Careca do INSS”;
  • André Paulo Felix Fidelis, ex-diretor de Benefícios do INSS;
  • Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho, ex-procurador-geral do INSS;
  • Thaisa Hoffmann, empresária e esposa de Virgílio;
  • Vinícius Ramos da Cruz, presidente do Instituto Terra e Trabalho (ITT);
  • Tiago Abraão Ferreira Lopes, diretor da Conafer;
  • Cícero Marcelino de Souza Santos, empresário ligado à Conafer;
  • Samuel Chrisostomo do Bonfim Júnior, também vinculado à Conafer.

Por Redação g1, TV Globo e g1 — Brasília

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